sábado, abril 17

Manhã tão pura e breve
Que aquele botão de rosa nem resume...
(Meu coração sobre isto escreve,
Mais do que sabe, o que presume).

Manhã tão curta, que adornou
Meus pensamentos pequenos
E com nada ficou.

Oh! Uma manhã de menos!
O que isto significou!

Vitorino Nemésio (em: Eu, comovido a Oeste, 1940)


"A Primavera, como uma manhã, dura apenas um instante: quando o queremos agarrar, fugiu para longe, para sempre. A nós compete apenas o saborear das cores, dos cheiros e dos cantares da natureza que desperta. Na beleza do instante podemos encontrar sentido para o que dura (e muitas vezes é duro) ou prender-nos na nostalgia do passado fugidio.

Que Primavera quero viver?"


(Comentário  de António Ary in http://www.essejota.net/)

0 comentários:

Enviar um comentário